Relatório do
debate Ato Médico
A UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E BIOFÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOLOGIA HUMANA
DISCIPLINA BMB 5805 “ Debates Atuais em Ciências Biomédicas”
RELATÓRIO DO DEBATE:
“ATO MÉDICO”
Alunos: DANIELLA DO CARMO BUONFIGLIO
EDUARDO HENRIQUE ROSA SANTOS
EDUARDO REBELATO LOPES DE OLIVEIRA
FERNANDA GASPAR DO AMARAL
LEANDRO LOURENÇÃO DUARTE
NICOLAU AGOSTINHO SAMBÉ
O debate “ Ato Médico” foi realizado no dia 3 de maio de 2005 as
17 horas no anfiteatro rosa do Edifício de Ciências Biomédicas
IV da Univesridade de São Paulo. Teve como debatedores convidados:
-Prof. Dr. GIL LÚCIO ALMEIDA
Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da
3ª Região - SP (CREFITO - 3)
-Dr. CLÓVIS FRANCISCO CONSTANTINO
Presidente do CREMESP, Gestão 2003-2004; 3º Vice-Presidente
do Conselho Federal de Medicina Gestão 13/10/2004-12/10/2009
-Dr. EDGAR GARCEZ JÚNIOR
Conselheiro do Conselho Regional de Biomedicina - 1ª Região
(CRBM - 1ª Região) e Presidente da Associação Paulista
de Biomedicina (APBM)
-Profa. Dra. MARIA DO PATROCÍNIO TENÓRIO NUNES
Professora Associada do Departamento de Departamento de Clínica
Médica da FM/USP - Laboratório de Terapêutica Experimental
I (LIM/20)
Prof. Dr. GIL LÚCIO ALMEIDA
O professor Dr. Gil iniciou o debate enfatizando a importância da
regulamentação da profissão médica, o apoio dado
ao conselho de medicina para tal feito, bem como a íntima e favorável
relação entre ambos os conselhos, o que resulta em benefícios
para os usúarios dos serviços de saúde. O projeto tem
como objetivo definir, em lei, o alcance e o limite das atividades exercidas
pelos médicos. Expôs a história da elaboração
do Ato e as modificações que ocorreram após a primeira
versão, muito criticada pelos órgãos representantes das
profissões ditas “ não médicas”. Outra razão importante
para a existência do Ato Médico é que, uma vez definido
por lei, a população terá ferramentas para defender-se
quando houver uma má atuação do profissional médico.
Termina dizendo que a classe médica e a não médica devem
unir esforços para resolver problemas em comum. Principalmente a questão
da falta de verbas para a saúde, o que leva a falência do sistema
de saúde.
Dr. CLÓVIS FRANCISCO CONSTANTINO
Em seguida, o Dr. Clóvis começa seu discurso falando que
ninguém pode ser contra o Ato Médico. Fez um histórico
dos códigos terapêuticos difundidos desde a época de
Hipócrates. Para o senso comum e alguns médicos, a profissão
não precisa de regulamentação. Um grande fator que esquentou
as brigas entre médicos e não-médicos é a intensa
utilização deste tema por membros do Conselho federal de Medicina
para “ galgar degraus na política”. Ressalta a polêmica do diagnóstico
e terapêutica, questões que têm causado mal entendidos,
dizendo que o diagnóstico é responsabilidade do médico
e a terapêutica é responsabilidade do médico-se o problema
for médico e responsabilidade de um fisioterapêuta, por exemplo,
se o problema for reabilitação. Para o Dr., a legislação
está clara, é simples (possui apenas 5 artigos) e essa idéia
precisa ser difundida: “o médico precisa ter a profissão regulamentada”.
Dr. EDGAR GARCEZ JÚNIOR
Em seguida, o Dr.Edgard explica que a classe biomédica não
é contra o Ato Médico mas, devido a falta de debate na ocasião
da redação da primeira versão e os seus resultados finais,
a classe foi frontalmente contra. As 12 profissões não médicas
nessa ocasião relataram que a classe médica almejava o “monopólio
da saúde” e, da maneira como estava escrita, a primeira versão
previa o fim das outras profissões. O projeto sofreu um abrandamento
em suas versões posteriores (a versão do senador Tião
Viana-PT-AC). Um desdobramento importante e que não deve ocorrer é
que o ensino da medicina seja exclusivamente feito por profissionais médicos,
problema que o Dr.Edgard vê no projeto substituto.
Profa. Dra. MARIA DO PATROCÍNIO TENÓRIO NUNES
Finalizando o Debate, a profa. Dra. Maria do Patrocínio
apontou o principal problema da polêmica causada pelo Ato Médico:
“faltou debates como esses com a Universidade”. Enfatizou que o grande aumento
na formação dos profissionais segue fluxo inadequado segundo
interesses políticos e econômicos. Propõe sentenças
mais longas na redação do Ato Médico com o objetivo de
eliminar as interpretações diversas do documento. O problema
a ser enfrentado seria a prolixidade caso as sentenças ficassem mais
longas-problema esse gerado pela complexidade da língua portuguesa.
Em relação ao monopólio do ensino da medicina apenas
por profissionais médicos não vê problemas pois, por exemplo,
a cirurgia que só pode ser realizada por médicos tem que ser
ensinada pelos mesmos. Além deste aspecto a mesma demonstrou-se favorável
da coordenação pela classe médica, frente ao estabelecimento
de grupos de trabalho junto às demais profissões da área
da saúde. Criticou estudantes de medicina que foram contra
o Ato Médico alegando que esses possuem profunda ignorância
da importância da regulamentação.