Augusto Ducati Luchessi
Julie Takada
Renata Gorjão
Tavane David Cambiaghi
Avaliação Capes
Os componentes da mesa debatedora presentes no debate realizado no dia 17
de maio foram:
- Profa. Dra. SUELY VILELA
(Pró-Reitora de Pós-Graduação/USP)
- Profa Dra. MARIA REGINA
D'IMPÉRIO LIMA (Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
de Imunologia - Programa Conceito 7)
- Profa Dra. REGINA PEKELMANN
MARKUS (membro da Comissão
Responsável pela Avaliação da Área Ciências
Biológicas II em 2001 referente ao Triênio 1998-2000 e membro da Comissão Responsável pela
Avaliação da Área Ciências Biológicas II
em 2004 referente ao Triênio 2001-2003)
Inialmente
foi exposto pelos debatedores que a avaliação Capes teve início
em 1976. Atualmente é formada por 44 comissões de avaliação
e possui mais de 600 avaliadores. A avaliação de um determinado
curso de pós-graduação é realizada por pares acadêmicos,
sendo que esta avaliação é continuada (anual) e trienal
(onde o curso recebe uma determinada nota). Estas notas variam de 1 a 7,
sendo que os cursos que receberam notas 1 ou 2 terão seu programa
reprovado. Os cursos que receberam conceitos 6 ou 7 apresentam inserção
internacional.
Os quesitos levados em consideração
durante o processo de avaliação Capes são:
1- Proposta do programa
2- Atividade de pesquisa
3- Atividade de formação
4- Corpo discente
5- Corpo docente
6- Teses e dissertações
7- Produção intelectual
Durante o debate, foi relatado que a excelência
de um programa de pós-graduação depende essencialmente
do docente e do aluno. Por exemplo, a grande contribuição do
aluno para que o curso seja bem conceituado se faz através da elaboração
de teses/dissertações e pelo tempo de titulação.
Estes fatores irão refletir muito na avaliação Capes.
Também foi salientado que esta avaliação é obrigatória
e tem efeito legal, pois o MEC se utiliza do conceito CAPES para validar o
diploma.
A maior parte dos programas de pós-graduação
no Brasil se concentra nas notas 3 e 4. Estas notas são decorrentes
da falta de massa crítica (pesquisadores), diminuição
da produção científica docente e discente, diminuição
do fluxo das dissertações/teses e também devido ao tempo
médio elevado de titulação. Por exemplo, programas de
pós-graduação localizados na região norte do Brasil,
são conceituados com uma baixa nota por não apresentarem atividade
de pesquisa acelerada como aqueles localizados na região sudeste,
apresentando baixa produção científica e por isso, perde
pontos em alguns dos quesitos que são levados em conta no processo
de avaliação.
Um perfil ideal para a pós-graduação
do Brasil seria uma maior concentração dos programas com conceitos
5, 6 e 7 e um número mínimo de programas com conceito 3. Durante
o triênio de 1998 à 2000, houve uma melhoria nos conceitos dos
programas de pós-graduação da região sudeste e
sul do Brasil em relação aos triênios anteriores, sendo
caracterizado por uma maior parte dos programas com conceito 5, havendo um
aumento dos programas com conceitos 6 e 7 e uma diminuição dos
programas com conceito 3 e 4.
O programa de pós-graduação
do departamento de imunologia recebeu em 1990, na avaliação
da CAPES, o conceito A em ambos os níveis, e no triênio
1998-2000, o conceito 7. A coordenadora estava presente na mesa debatedora
e nos apresentou um panorama sobre os resultados obtidos pela pós-graduação
nos últimos anos. O departamento de imunologia conseguiu atingir conceito
7 por preencher todos os quesitos exigidos pelo sistema de avaliação
CAPES atual. Entre uma das dificuldades encontradas para o credenciamento,
a coordenadora citou a falta de consistência de alguns programas de
pós-graduação, a exemplo da Embriologia que apresentava
dependência externa de orientadores. A coordenadora também apresentou
algumas sugestões sobre como melhorar o critério de avaliação
CAPES, salientando que a permanência de um mesmo critério por
contínuas vezes acaba prejudicando a avaliação e a inclusão
de novos critérios gera novos conceitos e, por fim, acaba sendo mais
qualitativo. Um dos meios de criar novos conceitos seria através de
um diagnóstico de para onde estão indo os discentes após
a conclusão do programa. Também sugeriu um índice de
solidariedade, definido como um ‘apadrinhamento’ de programas com conceito
3 ou 4, em especial do Nordeste do país, por programas de conceito
6 e 7.