O debate ocorreu no dia 07 de junho de 2005, com a presença
do Dr. Carlos Henrique de Brito Cruz, atual diretor científico da FAPESP.
A explanação iniciou-se com um breve histórico da FAPESP,
idealizada a partir da necessidade de amparo ao desenvolvimento da pesquisa
em São Paulo. O papel do estado no financiamento da pesquisa já
havia sido definido na constituição de 1947. Entretanto,
somente em 1962 se deu a criação e regulamentação
da fundação. Atualmente a FAPESP recebe repasse do governo equivalente
a 1 % da arrecadação tributária do estado de São
Paulo.
O debatedor explicou a divisão administrativa
da instituição. O conselho superior é formado
por doze integrantes, seis indicados pelo governador, três representates
da USP e três das demais instituições de pesquisa do
estado. Segundo diretrizes da própria instituição
o montante destinado a bolsas de pesquisa não podem ultrapassar 33%
do total. Geralmente recebem maior investimento as áreas de saúde,
biologia, engenharia. Segundo o debatedor, isto é um resultado e não
uma intenção, o que decorre de dois critérios: número
de pesquisadores doutores e custo da pesquisa na área. A USP
recebe o maior repasse e a UNESP vem recebendo valores crescentes.
O menor dispêndio em bolsas ocorreu em 2003, em
função da crise cambial e a diminuição da arrecadação
estadual. A maior queda no número de bolsas ocorreu no nível
mestrado. Ao contrário, no caso do doutorado houve um aumento
no número de bolsas.
A FAPESP ainda investe em projetos cooperativos e programas
de aplicação do conhecimento. Estes programas surgem a medida
que a cobrança sobre aplicabilidade do dinheiro público cresce.
O convidado afirmou que recebem mais recursos as pesquisas que contribuem
tanto para o avanço do conhecimento quanto para a possibilidade
de aplicações imediatas.
Algumas das perguntas da platéia foram relacionadas
à possível recuperação financeira e aumento do
número de bolsas, ao vínculo de análise entre bolsa
e projeto, ao sistema SAGe, ao processo burocrático dentro da FAPESP
e à interação entre empresa e universidade. O convidado
Brito Cruz respondeu que a FAPESP tem demonstrado uma boa recuperação
financeira e que os números mostram que há um aumento no número
de bolsas e possibilidades de fomento. Quanto ao vínculo da bolsa
e do projeto, o convidado argumentou que ao analisar um projeto leva-se em
conta a viabilidade de financiamento e sua qualidade, sendo que um não
depende estritamente do outro. A respeito do sistema SAGe e processo burocrático
dentro da FAPESP, o convidado admitiu erros grandes no sistema, desenvolvido
a pouco tempo, e que estes erros estão sendo corrigidos. O processo
de análise do projeto também está sendo reformulado
para proporcionar maior transparência e eficiência. Por fim,
Brito Cruz explanou sobre a importância da interação
empresa e universidade, uma vez que a primeira deve saber o valor de um bom
pesquisador e a universidade ser responsável pela formação
de novos pesquisadores. Com, isso há uma maior possibilidade de contratações
e reconhecimento do amparo à pesquisa como forma de desenvolvimento
tecnológico, econômico e social do Brasil.