Relatório do
debate Perpectivas de Empregos para Pós-Graduandos
A Titulo da Palestra: Perspectivas
de Empregos para Pós-Graduados
Palestrante: Prof. Dr. Fernando de Castro Reinach
A palestra “Perspectivas de Empregos para pós-graduados”, último
tema proposto pela disciplina “Debates atuais em Ciências Biomédicas”
(BMB5805) do Programa de Pós-graduação em Fisiologia
Humana, foi realizada no dia 16 de Junho de 2005 às 15 horas no anfiteatro
rosa do Edifício de Ciências Biomédicas IV da Universidade
de São Paulo.
Palestrante: Prof. Dr. Fernando de Castro Reinach
• Professor Titular, Departamento de
Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São
Paulo.
• Visiting Professor, Department of
Cell Biology and Anatomy, Cornell University Medical College.
• Diretor Executivo, Votorantim Novos
Negócios.
O Professor
Fernando Reinach iniciou sua palestra expondo suas idéias em relação
às áreas de atuação de um doutor. Na sua opinião
um pós-graduado poderia exercer sua atividade profissional como: professor,
professor / pesquisador, ou pesquisador. Dividindo o perfil do pós-graduado
desta forma, o professor expôs que seriam três as possíveis
opções de empregos. Para o pós- graduado com perfil “professor/
pesquisador”, as Universidades públicas com investimento em pesquisa
seriam as ideais. Para o perfil professor, seriam as Universidades privadas
e para o perfil pesquisador as empresas privadas teriam a capacidade de absorver
estes profissionais. Também foi discutida a possibilidade de se oferecer
vantagens a estas empresas. O professor Fernando debateu com alguns dos membros
da platéia a postura das Universidades privadas em relação
à contratação de doutores. Ele afirmou que a contratação
de doutores por estas Universidades com remuneração adequada,
levaria necessariamente a um aumento das mensalidades o que seria inviável
para a maioria dos alunos, sendo o resultado final a desistência deles
e a falência da instituição. Várias “opções”
poderiam ser estudadas, uma delas, a aceitação pelos doutores
de uma remuneração inferior, ou a não contratação
de doutores pelas Universidades privadas, uma vez que estas instituições
não desenvolvem pesquisa em sua maioria. Em relação
à postura da iniciativa privada na contratação de doutores,
o professor Fernando concordou com a platéia que tem muito a ser feito.
Ele questionou. (i) Se temos doutores, por que não temos inovação?
A causa é compreendida: os doutores não estão onde deveriam
estar. Nos países desenvolvidos, a maior parte dos pesquisadores trabalha
em empresas. No Brasil, a grande maioria ainda está nas universidades.
Em debate com a platéia comentou-se sobre a publicação
de um artigo no jornal Folha de São Paulo em 2004 de autoria do professor
Fernando Reinach e José Fernando Perez onde os autores expõem
que o setor acadêmico não deve e nem pode absorver todos os doutores
formados no Brasil, sendo a falta de oportunidades a principal causa da evasão
de cérebros. A proposta dos autores para tentar dar uma solução
para este problema na época foi: que a contratação de
doutores pelo setor privado, desde que para a realização de
atividades de pesquisa e desenvolvimento seja desonerada de todos os encargos
sociais. Essa desoneração valeria para os dez primeiros anos
após a obtenção do título de doutor e só
teria validade para títulos outorgados por pós-graduações
credenciadas pelo Ministério da Educação
O professor Fernando conclui que não se trata
de propor a criação de privilégios para uma categoria
de brasileiros que tiveram uma educação sofisticada. Trata-se
de garantir que a nação tenha, na forma de desenvolvimento tecnológico,
retorno sobre o investimento que faz na formação de seus pesquisadores.
Ele acredita que somente o desenvolvimento tecnológico e a inovação
permitirão que nossa indústria seja competitiva e capaz de
gerar empregos e riqueza de maneira sustentável. (ii) – Também
foi exposto que o pesquisador brasileiro não tem uma perspectiva de
mercado para a pesquisa que ele desenvolve. Principalmente, o pesquisador
não aplica o conceito de concorrência, aceitação
no mercado, custo do produto e barreiras legais tais como patentes.
Mayrin Correa Medina,
Gabriel Forato Anhê
José Edgar Nicoletti Carvalho
Robinson Sabino da Silva